1)
Aramis, como você
analisa o atual governo do município de Itaguaí?
R:
Eu sempre me posicionei como uma oposição a esse governo, sempre expus aquilo
que achava da atual administração, nunca concordei com o modelo centralizador
do prefeito, esse modelo não ouve a cidade, ignora a voz popular, e com isso
sufoca o direito do outro. Não se pode governar sem antes ouvir as reais
necessidades dos munícipes. Esse centralismo sinaliza uma administração voltada
para os interesses do governante, a cidade acaba ficando refém de uma só
pessoa, isso é altamente perigoso, cento e dez mil pessoas dependentes de uma
só cabeça, para mim é um modelo antidemocrático.
2)
Você consegue ver
alguma virtude nesse governo?
R:
Difícil, porque não é um modelo transparente, ele fez muitas obras, asfaltou
dezenas de ruas, passou um verniz na cidade, quanto custou tudo isso? Quais as
empreiteiras que ganharam as licitações? Os postos de saúde que foram feitos
funcionam ou é apenas propaganda eleitoreira? Quanto custa aos cofres do
município o empreguismo desenfreado, as contratações feitas com objetivo
meramente político-eleitoreiro? Para você analisar as virtudes de um governo
tem que também analisar as motivações, os interesses, quem ganhou com o que foi
realizado. Infelizmente não vejo transparência nesse governo, vejo um terrível
jogo de interesses pessoais.
3)
Aramis, você
sempre fez um trabalho de conscientização e denuncia, faz isso á vários anos,
viu algum resultado do seu trabalho?
R:
Muito, na parte da conscientização, hoje tenho uma relação com a cidade ótima,
as pessoas recebem os folhetos que escrevo e interagem comigo da melhor maneira
possível, tenho inúmeras experiências de pessoas que hoje se envolvem com os
assuntos da cidade motivados nos escritos dos folhetos, eles me vêem como um
porta-voz, como um cidadão que tem coragem de falar sobre assuntos que revelam
os bastidores do poder municipal, o efeito disso é impressionante, os jovens se
identificam muito com os artigos, toda sociedade participa comigo desse
movimento. Na parte da denuncia entre tantas que fiz através do folheto me
lembro de um artigo que denunciei as
mortes dos bebes recém-nascidos no hospital da cidade pela falta absurda de uma
UTI Neonatal, me recordo que pedi uma CPI na Saúde e o secretário de saúde foi
chamado na Câmara para dar um depoimento, lá um vereador leu o folheto e
perguntou se o governo tinha me processado, o secretário se calou e o vereador
disse: quem cala consente.
4)
Aramis, você é um
pastor, como é a sua relação com os pastores da cidade, como eles vêem o seu
trabalho?
R:
Sou amigo de infância de alguns pastores, uma boa parte não conheço, tenho uma
relação de respeito com eles e sei também que alguns não aceitam o que eu faço,
e eu os respeito, tenho conversado com alguns e eles acham que esse trabalho é
parte da missão da igreja, resumindo: não tenho nenhum problema com os pastores
da cidade.
5) Como você analisa a questão que para muitos é muito polêmica da relação entre religião e política?
R: Não
tenho nenhuma crise com isso, a minha analise é que igreja e estado são
antagônicos, essa sim é uma relação perigosa, sou defensor do estado laico, do
exercício vocacional da vida pública, eu sou um pastor evangélico, mais também
sou o cidadão Aramis, que sei que na sociedade em que vivo que é democrática e
graça a Deus por isso, posso conviver respeitosa e amigavelmente com cidadãos
de outras religiões, e posso também fazer parte de iniciativas sociais em prol
da ética, da cidadania, junto com eles. Eu não quero impor a minha igreja como
resposta para os problemas da sociedade, isso nunca deu certo na história,
quero sim, participar como cidadão crendo que o que Deus ensina serve para toda
sociedade. Religião e política sim, Igreja e Estado não!!!!!
6)
Aramis, as
eleições estão chegando, pelo que se observa ela será disputada entre o
candidato do prefeito atual e o candidato do grupo G7( sete vereadores), você
fica de qual lado nessa?
R:
O meu trabalho visa uma mudança de modelo político profundo, esse modelo
corrompido, interesseiro, corporativista, ganancioso, ninguém agüenta mais,
esse modelo só interessa a um grupo e prejudica toda a sociedade que é a
verdadeira dona do dinheiro. Fiz muitas criticas ao legislativo municipal pela
sua passividade, pelo seu silencio diante dos desmandos do executivo, conheço
todos os vereadores, por muitos anos gritei sozinho, tive coragem de dizer
coisas que deixava a Câmara exposta, fiz e faço esse papel porque graças a Deus
sou independente, vivo pela minha consciência e pela submissão a ética cristã, tenho
certeza que a cidade vive um momento histórico, acho que o centralismo
ditatorial do atual governo não pode continuar, temos que, apesar das
diferenças, estar unidos para derrotar esse modelo, sempre fui oposição, não
sou e nunca serei o salvador da cidade, sou mais um a contribuir para a
mudança, diante do quadro atual estarei do lado do Abelardinho, dando a minha
contribuição junto com a sociedade civil para que a mudança de modelo possa se
tornar uma realidade.
7)
Aramis, você vem
candidato?
R: Sou um homem público na
cidade, vivo aqui a 46 anos, sempre participei da vida pública opinando,
criticando, denunciando, elogiando, sempre cumpri o meu papel de cidadão.
Depois de muito pensar e de ouvir dezenas de opiniões de parentes e amigos,
resolvi entrar na política partidária, fazendo isso como parte da minha missão,
daquilo que Deus me entregou para realizar. Sou pré-candidato a vereador
incentivado por muitos amigos e pela própria família. É um enorme desafio, mas
vou encara-lo, creio que tenho uma história de serviços prestados a essa
cidade.
8)
Aramis, você já
está em algum partido?
R:
Assumi a presidência do PSC ( Partido Social Cristão), estamos com um grupo de
pessoas excelentes como pré-candidatos e as filiações estão acontecendo numa
boa proporção.
9)
Você acha que
essa próxima eleição será diferente das outras?
R:
Tenho certeza que será, o voto ético vai prevalecer, o mundo está gritando
contra a corrupção, os jovens estão saindo as ruas clamando por justiça, a
sociedade cansou de ser enganada, eu creio muito no voto consciente, no voto
ético, por isso estou assumindo todos os riscos de estar no meio da arena
lutando para que a justiça prevaleça. Essa eleição será um divisor de águas na
política.
10) Dê as suas
considerações finais?
R: Para mim política é serviço, trabalho,
transparência, lealdade e um profundo compromisso com a população, e essa é a
hora de implantar esse modelo, essa é a hora de virar á página de uma triste
história que nos oprimiu durante oito anos. Que Deus possa nos abençoar na
caminhada!!!
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